Muitos colecionadores me perguntam: "Bucci, você não curte os canoinhas, panelinhas, da Estrela, e os clássicos Onze de Ouro?". Eu respondo: "Sim, tenho e coleciono também essas marcas dos anos 60, porém dou mais valor aos que me marcaram em minha saudosa infância".
Pois bem, trata-se da Gulliver, a empresa de São Caetano do Sul que ainda resiste no mercado praticamente 'morto' de futebol de botão.
Quem viveu no fim dos anos 70 a infância, assim como eu, não esquece na memória a primeira febre de botões. E nunca vai se esquecer dessa coleção. Postagem em homenagem ao saudoso amigo Ale Di Caprio, do Tribuna do Botão, que também compartilhava com a mesma opinião. Os botões produzidos pela Gulliver tinham a melhor concepção gráfica, melhor deslize dos botões na mesa, material feitos em acrílico (cristal) ou no plástico magro (fosco), o melhor de todos. Não vou comparar com os 'malfadados' Onze de Ouro, que quebravam e rachavam demais, mas não posso deixar de mencionar que a Gulliver produziu os melhores botões de 'carinhas'.
Ainda vivíamos o período romântico do futebol. Se compararmos o caso da Estrela e da Onze de Ouro, da Editora Saravan, que fizeram Pelé, Garrincha nos botões, a querida Gulliver produziu Sócrates, Éder, Waldir Perez (nosso saudoso goleiro recente), Zico, Basílio, Reinaldo, Careca e tantos outros craques que jogavam em estádios lotados como Maracanã, Pacaembu ou Mineirão.
Eu vivi essa época. Não vi Pelé jogar. Vi Zico jogar. Vi o Doutor Sócrates jogar com o 'calcanhar'. Enfim. Para os queridos amantes da Gulliver, a coleção intitulada 'Grandes times do Futebol Brasileiro', foi a melhor de todos os tempos. Magazines como Jumbo, Lojas Americanas, Mappin, Eldorado vendiam as relíquias entre 1977 e 1980. Bancas de jornais, como uma saudosa que ficava na Rua Batatais, lotavam de crianças em busca dos pacotinhos. Pois foi lá que meu saudoso avô paterno comprava os pacotinhos contendo três botões. Alessandro, saudoso amigo, se recorda que encontrava no centro de SP também algumas bancas contendo as relíquias.
Final do Paulistão de 77, no segundo jogo, partida essa que meu pai assistiu ao vivo no Morumbi, com recorde de público: 146 mil pagantesCorinthians e Ponte Preta foram os primeiros times que meu pai comprou em 1977, por causa da final do Campeonato Estadual. Se perderam durante vários anos. Mas, com a garra e persistência de achar sempre por preços justos e honestos, eis que os dois times voltaram para a coleção de forma ORIGINAL. E agora, PARA SEMPRE.
Reparem nas laterais o magazine MAPPIN. Saudades. Memória Viva no Museu dos Botões.
E muitos desses craques foram estampados na Gulliver em dois períodos: 1977 e 1978. Existiam dois Corinthians: o campeão Paulista de 77 e já com Sócrates em 1978. E o nosso Bugre campeão brasileiro de 1978 com Careca.
Reparem que no catálogo faltou mencionar o Guarani de 1978
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