Museu dos Botões Retrô traz uma entrevista com Lennon Biscasse, filho do saudoso botonista e fabricante Guilherme Biscasse. Seu pai foi, seguramente, um dos maiores botonistas que o nosso Brasil já teve. Craque. Fera. Um dos fundadores da fábrica 'Futmesagol' em 1972 e que produzia os antigos botões CRAK´S; hoje seu filho Lennon toca os botões Ki-Gol, feitos de forma artesanal no estilo 'tampa'. Conversei pelo e-mail algumas vezes com o Lennon que agradeceu muito o carinho do site Botões para Sempre pelos antigos botões do seu pai que conquistaram a garotada na época. Também falamos da possibilidade de ele encontrar em algum 'fim do túnel' alguns times italianos antigos que Guilherme fez. Lennon, posso afirmar que na questão de Calcio o seu pai produziu os mais belos botões da 'velha bota'. Muito obrigado pela consideração e que o senhor curte agora também o blog Museu dos Botões Retrô.
Abraço, Ricardo Bucci
Veja abaixo entrevista com o proprietário da Futmesagol concedida no final de 2015 publicado por AssessoriaFM. Aqui ele fala de sua vida com os botões e o que pensa hoje sobre o tema.
Como começou sua vida com o Futmesa?
Lennon: Meu pai falecido Guilherme Biscasse foi um dos pioneiros na implantação do Futebol de Mesa em São Paulo. Sempre jogou em várias agremiações e clubes nas décadas de 60 e 70. Trabalhou na Brianezi no Belenzinho e na mesma década de 70 fundou a marca CRAK´S, empresa conceituada na história do futmesa. Ele lutou muito para que o futebol de mesa se tornasse esporte e conseguiu. Então, praticamente nasci jogando botão.
Dois grandes botonistas: Mesquita com Guilherme, pai de Lennon (à direita)
Impecável botões de celulóides produzidos pelo Guilherme a partir de 1972. No detalhe a seleção canarinho de minha coleção, com tamanho raro em 42mm. O mais comum era encontramos os maiores de 45mm.
Como esse Unione Avellino, dos anos 80O senhor acha que hoje temos mais botonistas que antigamente ou não?
Lennon: Creio que hoje em dia temos menos, infelizmente as pessoas não se interessam ou desconhecem o esporte. Faço clínicas e apresentações por todo o Estado e percebo isso. A falta de divulgação é o maior problema.
Hoje tem mais crianças ou adultos praticando o esporte?
Com certeza mais adultos, pois a criançada está mais focada em vídeos-games e jogos eletrônicos. Mas, quando conhecem o esporte, se encantam.
Fale um pouco do processo de produção de seus botões.
Lennon: É totalmente artesanal, herdei do meu pai os processos e macetes para a produção e confecção. Hoje temos mais de 45 anos de 'estrada'.
Os botões Ki-Gol feitos por Lennon
Austrália, Líbano e Matsubara: três raridades da coleção de Botões para Sempre feitos no começo de produção dos
Ki-Gol, em 1989/90
O senhor joga e qual é o seu botão preferido?
Lennon: Como disse, jogo desde cedo. Comecei a praticar o Futmesa com 04 anos de idade em 1977 e, como federado, desde 1988. Sou fã do futebol uruguaio. Tenho várias seleções diferentes uruguaias.
O senhor acha que o governo poderia apoiar a divulgação do Futebol de Mesa nas escolas na tentativa de tirar um pouco a criançada dos eletrônicos, já que esse esporte trabalha com o raciocínio e habilidade?
Lennon: Com certeza. Infelizmente nossos governantes estão focados em implantar taxas e impostos e não de ver as crianças crescerem saudáveis.
Diga o que é o Futebol de Mesa para o senhor?
Lennon: Para mim o Futmesa, além do esporte, trabalho e hobby, é uma fonte de diversão e prazer. Posso afirmar que só faço amigos aqui.
Mande uma mensagem para os botonistas brasileiros.
Lennon: Meus amigos botonistas e amantes do esporte continuem praticando e jogando botão, amadores ou federados. O importante é fazer amigos e, acima de tudo, respeitar e ter dignidade, são coisas que só o Futmesa pode proporcionar.
Ricardo, Guilherme é o novo Paulo. Crak´s são os novos Brianezi. Vocês e visitantes do Museu dos Botões Retrô tem espaço no meu blog Abacate Turbinado. Endereço: www.abacateturbinado.blogspot.com.br
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